domingo, 29 de agosto de 2010

Incrivelmente nostálgico

E mais um dia de rock chegou. A menor banda do rock gaúcho, a melhor banda do rock gaúcho. A união de duas das três melhores bandas do rock gaúcho, quiçá brasileiro. E não estou sendo bairrista. Humberto Gessinger e Duca Leindecker. Engenheiros do Hawaii e Cidadão Quem. E agora, Pouca Vogal. Pra quem gosta, é um prato cheio!

Show emocionante, sem sombra de dúvidas. Nostálgico. Era contagiante a alegria dos três apaixonados pela música que ali estavam, dois deles pela primeira vez, um pela quarta, mas empolgado como se a primeira fosse. E esse é um show referencial: pra sempre irá permanecer no inconsciente, pra sempre será lembrado como único, porque não é apenas uma melodia embalando uma letra sem sentido. É o binômio FORMA + CONTEÚDO em sintonia, ou em perfeita simetria. Cai como luva, difícil dizer que não. Azul e vermelho juntos, num grenal sem nada igual... nem a pau!

Não faltava nada, nem as nuvens de algodão. Se faltasse, a gente inventava na hora.

Era estonteante ouvir centenas de vozes entoando um mesmo refrão de bolero, e os que não sabiam fingiam saber.

Num piscar de olhos, tudo se transforma, e a menor banda do rock gaúcho, de repente, não era mais a menor banda, nem mais era um duo. Tornou-se um trio com a participação do irmão rockeiro com cara de gurizão. Luciano e seu instrumentinho, o Quince, presente que ele mesmo fez pro irmão, talvez em troca da música que conta a história da praia do Pinhal. Milagrosamente, dois pedaços de madeira com três cordas de aço e as moedinhas de 5 centavos soaram tão bem quanto o mais afinado violino da orquestra imperial. Mas ele não fez nada que alguém não tenha feito, não. Nem falou nada que alguém não tenha dito, então. Dos quatro shows, esse foi o primeiro que presenciei esse arranjo do moderno com o rústico, tudo em consonância.

As bandas têm uma carência de aplausos, e por isso se utilizam do ‘bis’. E esse foi um bis histórico. Para a surpresa geral, um amigo que de passagem estava, subiu ao palco e fez um Blues sob o céu de Passo Fundo. Nei Van Sória formou o duo com o Duca. Talvez uma das maiores emoções do show.

E ao fim de tudo, pegamos carona com eles numa infinita highway, acima de qualquer radar, pra relembrar os bons tempos do rock, sem saber ao certo onde iríamos descer, pois a dúvida é o preço da pureza, e é inútil ter certeza. Se dependesse de mim, iria até o fim nesse ritmo, com o sol batendo na cara, aproveitando mais um dia especial.

A hora da despedida me fez perceber, lembrar que ali, logo ali, depois da curva, ainda existia um mundo real, mas que as canções que nos foram presenteadas iriam embalar para sempre nossas tardes de domingo.

Pra ser sincero, talvez esse tenha sido o melhor dos quatro.

Eu não vim até aqui para desistir agora. Pois minhas lagrimas, por mais que transformadas em pó, farão que, um dia, eu me transforme em Poucas Vogais. Tententender!


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Caramelo

Ele botou a mão no bolso. Há muito tempo não o fazia. As recordações não eram das melhores. No escuro do ônibus, as balas eram todas iguais. Ele temia tirar mais uma vez uma daquelas balas de limão.

As balas no geral são gostosas. De imediato dão aquela sensação de prazer com sua doçura característica. Mas a bala de limão é um pouco diferente. Depois de um tempo, o gosto doce que antes dava prazer se torna azedo, quase insuportável. Tem gente que gosta. Ele, definitivamente, não.

Várias foram as tentativas, todas frustradas, e ele sempre acabava com o gosto da bala de limão na boca. Chegou a cogitar a possibilidade de não mais tentar a sorte, esquecer todas as balas ali, no bolso esquerdo de sua calça jeans. Mas no fundo ele sabia que, dentre todas aquelas balas, deveria existir uma única bala de caramelo. Aquela bala que deixaria pra sempre na sua boca um maravilhoso e inesquecível gosto doce.

Depois de algum tempo ele, enfim, tomou coragem, e colocou a mão no bolso, a procura de uma bala pra satisfazer a sua vontade. Resolveu dar mais uma chance pra sorte. Quem sabe, dessa vez, a tão sonhada bala de caramelo seja a sorteada.

Ele pegou uma bala com todo cuidado, minuciosamente tirou o papel, torcendo com todas as forças pra que não fosse mais uma bala de limão. Colocou-a na boca, e por um momento a bala se tornou parte dele. Dois corpos ocupando o mesmo espaço. O sabor, de início era delicioso, e deixou um gostinho de quero mais.

Agora resta saber se, ao fim, vai se repetir a mesma história, e permanecer o gosto do limão, ou se, enfim, ele encontrou a bala certa, aquela que teimava em se esconder no fundo escuro do seu bolso.


Qualquer comparação com a vida real não é mera coincidência...


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Como num filme sem um fim

Se de um verso fez canção, contemplando a solidão...


Era uma vez um garoto. Assim como eu, ele amava os Beatles e os Rolling Stones.

Esse garoto vivia na lua. Se não era na lua era num universo paralelo. Ou talvez até fosse o mundo real, mas sua cabeça com certeza não estava aqui, ela vagava na solidão dos quatro cantos estelares, sempre na esperança de encontrar um semelhante.

Era um garoto diferente. Ele não sabia o que queria, mas fazia questão de fingir que sabia. Orgulhoso como ninguém, sabia o que falar na hora certa a falar. Era muito racional, e isso diversas vezes foi mais um defeito do que uma virtude. Apesar de tudo, era um garoto ingênuo, e às vezes (sempre) se decepcionava.

Por ser um garoto que não costumava ter muitas companhias, desenvolveu seu lado racional, e esqueceu a emoção por um breve período de tempo, o bastante pra praticamente defenestrar seu coração, e colocar no lugar um cubinho de gelo.

Era meio inconseqüente, esquecia que alguns de seus atos e palavras podiam ferir mais profundamente que se utilizasse de uma espada. Mas o fazia sem intenção, e pedia que o absolvessem.

Alguns tentavam fazer contato com o tal garoto. Poucos conseguiam algum êxito. Foi então que apareceu uma garota.

A garota conseguia modificar totalmente o espírito dele. Ela transformava as noites frias e escuras da monotonia lunar em um espetáculo psicodélico onde a trilha sonora não importava, contanto que ambos soubessem cantar. Aos poucos, o ponto alto do seu dia passou a ser à noite. Ele esquecia que tinha compromissos logo cedo e se jogava aos encantos da madrugada, noite à dentro, vida à fora.

Mesmo com tamanha mudança na rotina, ele sabia o que estava fazendo. Ele sabia de seus limites, e sabia até onde podia ir. Ou pensava que sabia. Já se decepcionara tantas vezes, e aprendera tanto com isso que uma a mais não lhe faria cair a ponto de não conseguir levantar. Afinal, ele era mais razão do que emoção.

Aos poucos, a situação pareceu mudar, mas ele só percebeu isso ao ficar sem a companhia da tal garota. A abstinência despertou a dependência, e ele sabia que isso refletia nela também.

Felizmente era um garoto que conseguia envolver seus pensamentos em um recipiente e deixá-los de lado diante da correria cotidiana. Mas depois disso esses pensamentos teimavam em aparecer durante todo o dia. Uma música, uma frase, e até o horário no cantinho inferior direito do seu computador podia ser a chave que liberava os pensamentos, e a partir disso eles se perdiam no horizonte infinito de uma tarde nublada.

Ele tremia, mas não sabia se era de frio. Desejava com todas as forças que aquilo continuasse, que cada um controlasse do jeito que podia, e que aquelas noites de intermináveis piscares de olhos voltassem a se repetir por toda a eternidade.

Temia ter sido precipitado a ponto de estragar tudo dizendo que os limites não existiam mais. Errou mais uma vez. Era óbvia a existência de tais limites. Ambos sabiam, mas ele, sem pensar, ignorou. Logo depois se arrependeu. E mais adiante quis bater com a cabeça numa pedra lunar. O coelho não deixou, felizmente.

Agora o garoto vive assim, esperando a noite chegar pra receber mais uma dose de atenção da garota, ainda tremendo sem saber ao certo se é realmente o frio, mas com a promessa de não agir mais sem pensar, como inconseqüente que é.

Hoje o garoto me ligou, mandou dizer que sente muito.


quarta-feira, 28 de julho de 2010

A espera

As long as I'm living, I'll be waiting…♪

Até quando esperar? Até quando acreditar? E se nunca acontecer?

Há momentos na vida em que uma atitude deve ser tomada no sentido de deixar de lado aquilo que te faz querer esperar pra sempre, e tentar algo novo. É preciso tomar consciência de que o que tu tanto espera talvez esteja mais longe do que tu imagina, e seguir o caminho pela outra direção é a melhor coisa a fazer pra resolver isso de vez.

Algumas vezes tu sente necessidade disso, mas na maioria delas tu só quer provar pra ti mesmo que não estavas errado, e que a espera vai valer a pena. Esqueces que só prejudicas a ti mesmo.

É claro que todo mundo precisa esperar por alguma coisa. Ter algo a desejar todas as noites é algo imprescindível pra existência humana. Se o homem perdesse a esperança, estaria condenado à desilusão da solidão eterna.

Mas chega um tempo em que realmente esperar não te faz sentir bem, e tu já não sabe se gostaria ou não que essa espera terminasse.

Já dizia o velho O. Wilde, ‘Se você não demorar muito posso esperá-lo por toda a minha vida’. O problema é que uma vida é um tempo muito curto, todos os dias vivemos e morremos diante de certas situações. Um simples olhar pode te fazer viver, tu renasce, teu dia fica mais colorido. E, com uma decepção, tu morre, nem que seja por um curto lapso de tempo, até alguém te dar novamente um sopro de vida.

Se tu tá na espera e isso te faz bem, continue com isso, mas saiba que a vida passa sem a gente ver, e tu pode tá abrindo mão de muita coisa na esperança de uma só. Se tu cansou de esperar, na próxima bifurcação vire à esquerda, já que à direita não tem dado muito certo.

E se tu é quem faz o outro esperar, é melhor tomar vergonha na cara e esclarecer as coisas, pois estás maltratando quem tu não merece.

É isso.


P.S.: Não esperem muito mais do blog, eu arrumei outra terapia... (:


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Canção da noite

Na noite fria, é o silêncio quem canta mais alto.







quarta-feira, 7 de julho de 2010

Madrugada

Noite longa, madrugada... vejo você indo embora. Estarei à sua espera, mesmo quarto, mesma hora...





Madrugada é o período compreendido entre a hora que tá tarde pra ti estar acordado e a que ainda é cedo pra ti levantar. Eu sou viciado na madrugada.

Acima de tudo, a madrugada é aquela hora em que tu é o único acordado na casa. Enquanto todos dormem, tu tentas ser o mais silencioso possível, mas a cada movimento teu a casa parece balançar toda. Uma simples ida à cozinha se transforma num terremoto na Antártida. Uma porta grita mais do que criança nascendo, e o barulho dos copos na pia se assemelha ao brandir das espadas dos gladiadores romanos. Mas tu ainda assim não consegue parar de fazer isso.

A madrugada é mágica. A madrugada é repleta de idéias produtivas, mas também pode ser um mar de idéias absurdas que teimam em surgir em meio ao ócio noturno.

Alguns utilizam a madrugada pra estudar, porque esse é o único momento do dia em que não há barulho, e o celular não toca. Outros a utilizam pra encontrar seus semelhantes: os outros amantes da madrugada.

A madrugada te entorpece. A madrugada libera a tua mente. Muito se engana quem pensa que é efeito do álcool: é apenas a madrugada agindo no teu inconsciente.

Mas a madrugada pode ser cruel. Ela é a melhor e, ao mesmo tempo, a pior hora para os amantes. A madrugada pode trazer consigo toda a solidão que tu escondes durante o dia. A lua que traz inspiração também maltrata...

Mas é nessa madrugada que tu aprende a viver, aprende a dar valor à companhia daquela pessoa que tu gosta, descobre que nem tudo o que tu pensas ser real existe de fato, mas isso te renova as forças pra mais uma madrugada.

Esse texto, assim como todos os outros, foi escrito na madrugada, a hora mais fértil do meu dia. Só lamento por não aproveitá-las ao máximo, porque ainda seguimos a rotina de trabalho matinal.

É isso, por hora. Amanhã eu acordo cedinho. Boa madrugada para todos.


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Lembranças

É de lágrima que faço o mar pra navegar... ♪


São tantos os lenços espalhados pelo quarto...

Alguns, apenas lenços. Outros, muito mais: são lembranças, boas e ruins, que foram materializadas no momento em que uma lágrima brotou e correu pelo rosto.

Uma lágrima nunca é 'só' uma lágrima. Ela vem carregada do mais puro sentimento que emana do teu corpo. É uma expressão viva da alma que se exterioriza no momento único em que nenhum outro pensamento se manifesta em ti, a não ser aquele que deu motivo à lágrima.

Já dizia um velho escritor francês, cada pensamento que passa na tua cabeça te absorve uma lágrima. Com o tempo, tu não choras mais. Tu acaba esquecendo como se faz. Tua alma não se exterioriza mais. Tu não vives mais.

Tu podes até secar a lágrima, mas a saiba que a verdadeira lágrima não é a que escorre dos olhos e desce pela face, mas sim aquela que cai no coração e permanece na alma...

E ela fica ali pra sempre, umedecendo teus sentimentos, fazendo lembrar que tu não é uma simples máquina movida por engrenagens, e portanto necessita de estímulos pra viver.

É importante saber reconhecer que uma lágrima não é algo fútil ou sem importância. Se tu aprenderes a fazer isso, tuas tantas lágrimas não terão sido em vão.

E quanto aos meus lenços, nada demais, só lembranças de mais um resfriado, fruto de madrugadas como essa...

That's all, folks...

sábado, 26 de junho de 2010

Pra sempre


Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre sem saber que o pra sempre sempre acaba...



Todas as tuas relações que não deram certo entraram pra uma estatística mental que te faz pensar duas vezes antes de se envolver com alguém. A decepção é algo muito natural. Só os pandas, os pingüins, os golfinhos e outros bichos com o dom da fidelidade é que vivem com uma única parceira a vida toda. Mas tu crê cegamente que tu é um desses bichos. ‘É pra sempre’... Concordo que seja pra sempre, mas pra sempre enquanto durar.

O pra sempre é um pedacinho de infinito plantado entre a vida real e o nosso coração. E esse pra sempre, infelizmente, às vezes é mais curto que desejamos...

O pra sempre é um momento mágico. Insubstituível. Inesquecível. Não há arrependimento que faça com que ele seja esquecido. O que um dia foi pra sempre no mundo real vai continuar sendo pra sempre na tua memória. Mas isso muitas vezes também não é muito bom.

É o caso de quando tu queres esquecer aquele momento porque a simples lembrança dele passa a te perturbar a ponto de te deixar com tanta raiva, raiva de ti mesmo, raiva de todos e do mundo.

Quando a raiva passar, o pra sempre vai permanecer, e é preciso saber utilizá-lo da melhor forma, nem que seja só pra tomar cuidado com tuas escolhas futuras.

Saber aproveitar o momento é a grande questão, e a melhor forma de se conseguir isso é deixar de lado tudo e esquecer os problemas... Hakuna Matata! x)

‘Eu sei que é pra sempre enquanto durar e eu peço somente o que eu puder dar...’ (Titãs - Porque eu sei que é amor)

Acabaram as provas, enfim. Férias...

É isso.


terça-feira, 22 de junho de 2010

No inverno as feridas demoram mais tempo pra cicatrizar

De súbito algo nos machuca. Dói. Muitas vezes sangra. Então nos vemos diante de uma ferida, uma mácula, um pedaço de nosso eu que foi machucado e que nos faz sentir infeliz pelo tempo que demore a melhorar.

Mas as feridas melhoram com o tempo. O tempo é relativo. Algumas feridas podem demorar anos pra sarar completamente, outras saram num piscar de olhos. Tudo depende do momento. Nas estações quentes, as feridas costumam sarar mais rapidamente, enquanto no inverno demoram uma eternidade.

E quanto às feridas do coração? Ahh, essas também demoram muito pra sarar no inverno.

Um amor de verão é um amor de verão. Dá, e passa... Piscou o olho, e já há outro amor, tão maravilhoso quanto o anterior. Por isso o Carnaval é no verão, né?!

No inverno, talvez por causa do clima, as relações ficam mais estreitas: é bom ficar juntinho o tempo todo, o calor humano aquece o corpo e o coração ao mesmo tempo. O romantismo está no ar. Um jantar, um vinho..., é dia dos namorados, afinal!

Mas quando a magia do amor de inverno acaba, já que nada é pra sempre - nem amores nem desamores -, só nos resta a ferida, absurdamente dolorida e profunda. O frio da madrugada parece ser mais gélido que o normal, lá fora não há uma flor sequer pra lembrar que ainda há beleza apesar da dor, o velho Cabernet perde o sabor e a lua, eterna companheira dos amantes, se esconde atrás das nuvens.

Longos dias, longas noites, longos meses de frio e solidão, mas enfim chega a primavera. A esperança ressurge no desabrochar da primeira rosa. O verão está próximo, e com ele seus amores.

Hoje eu cortei meu dedo, ta doendo, e só Deus sabe quando vai cicatrizar. O coração... bom, esse já tá acostumando.

*Texto originalmente escrito em 14/06/10.

domingo, 20 de junho de 2010

Planejamento (parte 2) – A vida real


As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois, o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem...


Como continuidade de um post anterior, volto a falar do planejamento. Ahh, o planejamento...

Regra principal: Não há planejamento, ou não deve haver, pelo menos.

O fato de tu planejares algo, não importa se é em relação ao jantar de hoje à noite ou à necessidade de limpar a gaiola do teu periquito (sem conotações!), já te cria uma expectativa a ponto de te deixar muito frustrado no caso algo de sair errado e o planejado não se efetivar de fato. Expectativas são boas quando atendidas. Quando são seguidas de decepções, bom, aí o mundo vem a baixo... Pra evitar contratempos, não pode haver planejamento nesse sentido.

Num relacionamento, tu sempre entra com certa cautela. Fé cega e pé atrás, como diria HG. Mas a expectativa sempre surge, independente de tudo.

Tu nunca planejas que vai acabar. Se tu planejas isso, é sinal que já acabou mas tu ainda não chegou a essa constatação. E se tu der o ponta-pé inicial pensando em como será o apito final, então é melhor deixar a bola de lado e ir pra casa ver um filme e comer pipoca sozinho. Mas eu entendo, as pessoas que pensam assim normalmente acabaram de se decepcionar.

Assim como não se planeja o amor, não deve se planejar a decepção. Isso é loucura! Ter uma música guardada na manga do casaco pra ouvir quando estiver triste é coisa de quem não acredita que pode ser feliz! E não venha me falar em prevenção...

Qual é o nexo existente entre uma decepção anterior e a possível futura decepção? Nenhum! Não é porque tu te machucaste ao cair de bicicleta que tu vais parar de andar de bicicleta, ou que toda vez que tu andar de bicicleta vais te machucar. Isso não faz sentido! Não é porque tu jogaste uma moeda duas vezes e, por coincidência, os resultados foram iguais que essa moeda tem dois lados iguais! Duas, três, quatro vezes. Isso não significa nada. Tudo é probabilidade. E, segundo a matemática, ela continua sendo de 50%.

Tá, eu sei que se tratando de relacionamentos, probabilidade nunca é exata, muito menos confiável. Mas eu quero acreditar que é.

Não planeje. Se jogue de cabeça, ou então deixe o coração na geladeira. Mas saiba que a segunda opção não é muito indicada. A angústia de não ter quem se deseja só não é pior que a de não ter alguém em especial pra desejar.

Ame, se decepcione, corra atrás! O arrependimento de não ter feito é imensamente maior do que o de ter feito, mesmo que errado ou com a pessoa errada.

Viva! Não pense no amanhã, não deixe nada pra depois. Não deixe a vida passar. Aproveite teu tempo. Semana que vem pode nem chegar...

É isso. Valeu!

sábado, 19 de junho de 2010

Prefácio

Teorias detalhistas e visões criticas até demais. Uma junção de idéias mentirosas e músicas filosóficas, uma avalanche de idéias claras porém racionais, cujo único desejo é apenas não sê-lo. Esse misto de idéias irreverentemente desconexas, a princípio, agregou-se à Beatles, Martha Medeiros, Lost, Vera Loca e uma paixão gaúcha com uma pitada de romantismo fora de série.

Constantemente em busca do melhor e do maior, contador de histórias nato, está à procura de uma companhia, cachorros servem. Estas linhas tortas se preencherão em uma tentativa de desorganização racional em que todo conhecimento e todo pensamento adentram madrugadas frias saboreando o velho Cabernet que agora me mancha o tapete.

A ficção tornou-se a realidade aqui dentro e as palavras já não possuem mais dono, nem talvez, sentido a longo prazo. O momento comandará, não no início obviamente, afinal o tempo será o capitão destas próximas palavras. Essa conexão com o passado transformou-se em uma epilepsia tal, capaz de fazer os óculos do John caírem ao olhar do Paul.

Tudo o que me resta falar é que com certeza este não será um blog comum, e nem um universo paralelo mediano, reunirá as idéias mais extremas e a perspicácia, vossa excelência. Não me prendo mais, discretamente me afastarei para deixar os náufragos que aqui se encontram lendo esta tentativa de prefácio, perdidos na calmaria que é esse mar de idéias, sabendo claro, voltar para casa.

Por Carolina De-Zotti

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Planejamento (parte 1) – No futebol

No futebol, a probabilidade de que algo que tu planejou dê certo é infinitamente maior se tu fizer exatamente como o planejado. Mas algumas vezes, do nada, tudo começa a desmoronar... Aí a situação fica trágica. Acompanhe a historinha...

Tu é um jogador de futebol. Tu joga na seleção do teu país. Não é um país de tradição nesse esporte. Tem por história não possuir grandes conquistas. Tu treina quatro anos pra ir pra Copa do Mundo no continente que tu tem como casa. Tu é muito importante no teu time. Tu joga a vida ali.

Inicia a Copa do Mundo. O mundo inteiro em festa. Os olhos de todos virados pra ti. Tu só tem que seguir o script. Ou tentar seguir... Por não ter tradição expressiva no futebol, teu time tem que lutar com outros times que têm tanta vontade quanto a tua de vencer. Não há favoritos no teu grupo. É só jogar com consciência.

Começa o jogo contra teu adversário direto. Quem vencer tem grandes possibilidades de avançar pra próxima fase. A partida tá na metade. Teu time tá ganhando, mas o jogo é muito igual. Tudo pode acontecer, mas tu tá na vantagem. Por algum motivo alheio ao do esporte, tu se zanga com o jogador adversário.

E agora?

Opção A: Reclama com o juiz e arrisca tomar advertência ou até cartão amarelo por reclamação.

Opção B: Tu tira satisfação com o adversário. Empurra o cara, e é separado pelos demais jogadores. Ambos recebem cartão amarelo e uma baita bronca.

Opção C: Tu f*** geral. Praticamente acaba com o jogo, e com a confiança que o treinador deposita em ti. Essa é a mais comum.

É, a última opção foi a escolhida do nigeriano Kaita. O cara conseguiu fazer o improvável. Os dois tavam fora do campo, e do nada ele tentou dar um chute no outro sem motivo aparente. Não acerta, mas nessas condições a mera tentativa já configura uma agressão. A simulação é conseqüência, aí o árbitro puxou logo o vermelhinho. Fora, Kaita...

A Nigéria ganhava por 1x0. Depois disso a Grécia virou. Agora a Nigéria ficou quase sem possibilidades de classificação. Por ser expulso, Kaita pegou uma suspensão e não joga o próximo jogo. Assim, esse foi o último jogo dele na copa. Todo o planejamento foi por água abaixo. O sonho de quase 150 milhões de torcedores nigerianos se dissolveu numa atitude irracional de um único sujeito: Kaita.

Nem sempre as coisas acontecem como o planejado. Muitas vezes fogem do controle por circunstâncias alheias às nossas forças, mas outras tantas por culpa de pessoas como esse cara aí.

Hey, Kaita, quero ver tu explicar pra tua mãe isso, meu caro... hahaha.

É isso. Valeu!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Apresentações...


Muito bem. Isso é uma coisa que venho idealizando há meses, sempre quis ter um blog. Por falta de tempo, ou preguiça mesmo, nunca tive a oportunidade. Eis que ela surgiu, impulsionada por outros blogs que costumo ler com frequência. Esses aí no lado...

Talvez eu faça esse blog pra satisfazer minha própria vontade de escrever, contrariando o objetivo principal de se ter um blog: ter leitores. Não chego ao ponto de ser egoísta, se alguém se interessar pelo conteúdo vou ficar mais satisfeito ainda. Se alguém comentar, então, irei ao delírio. Caso nada disso aconteça... bom, aí eu largo isso e continuo com minha faculdade... haha.

Tenho consciência de que cuidar de um blog não é como dar uma twittada de vez em quando. Um blog merece um cuidado especial, e eu tô disposto a fazer isso.

Quanto ao endereço do blog, imaginei os mais ilários nomes, mas todos estavam ocupados por blogueiros desorientados, que lamentavelmente não postavam desde a década de 90. O atual endereço faz uma analogia à língua inglesa 'aportuguesada'. Stei wit mi (ou stay with me = fica comigo) de forma alguma é um pedido de socorro, pra mim soa como um convite. Convite de entrar e tentar me entender, entender o que eu tento fazer com que o leitor entenda. Ou então ver se tem alguma besteira pra rir.

Quanto ao título, 'Não entre em pânico!', é uma referência a um livro que li, 'O Guia do Mochileiro das Galáxias', que faz inúmeras críticas ao sistema como um todo. Eis um dos motivos da criação desse blog: criticar, criticar o que quer que seja, quem quer que seja. E ser criticado, evidentemente.

Vou tentar fazer posts curtos, que chamem atenção e não cansem quem o lê. É esse tipo de post que costumo ler. Vou tentar relacionar o texto com imagens, sempre que possível. Imagens que signifiquem alguma coisa, já que 'uma imagem vale mais que mil palavras'.

Sim, eu conjugo o verbo de forma errada pra dar um ar menos formalista. Não me corrijam, por favor... hahaha.

Pra um primeiro post acho que tá legal. O bom disso é que eu posso editar o que eu quiser na hora que eu quiser. Se existisse uma ferramenta de edição na vida, pra mim ela seria muito útil.

Bom, estão feitas as apresentações, agora é içar velas e tocar o barco, porque 'navegar é preciso senão a rotina te cansa'...

Vida longa ao blog...

É isso aí, valeu.