De súbito algo nos machuca. Dói. Muitas vezes sangra. Então nos vemos diante de uma ferida, uma mácula, um pedaço de nosso eu que foi machucado e que nos faz sentir infeliz pelo tempo que demore a melhorar.
Mas as feridas melhoram com o tempo. O tempo é relativo. Algumas feridas podem demorar anos pra sarar completamente, outras saram num piscar de olhos. Tudo depende do momento. Nas estações quentes, as feridas costumam sarar mais rapidamente, enquanto no inverno demoram uma eternidade.
E quanto às feridas do coração? Ahh, essas também demoram muito pra sarar no inverno.
Um amor de verão é um amor de verão. Dá, e passa... Piscou o olho, e já há outro amor, tão maravilhoso quanto o anterior. Por isso o Carnaval é no verão, né?!
No inverno, talvez por causa do clima, as relações ficam mais estreitas: é bom ficar juntinho o tempo todo, o calor humano aquece o corpo e o coração ao mesmo tempo. O romantismo está no ar. Um jantar, um vinho..., é dia dos namorados, afinal!
Mas quando a magia do amor de inverno acaba, já que nada é pra sempre - nem amores nem desamores -, só nos resta a ferida, absurdamente dolorida e profunda. O frio da madrugada parece ser mais gélido que o normal, lá fora não há uma flor sequer pra lembrar que ainda há beleza apesar da dor, o velho Cabernet perde o sabor e a lua, eterna companheira dos amantes, se esconde atrás das nuvens.
Longos dias, longas noites, longos meses de frio e solidão, mas enfim chega a primavera. A esperança ressurge no desabrochar da primeira rosa. O verão está próximo, e com ele seus amores.
Hoje eu cortei meu dedo, ta doendo, e só Deus sabe quando vai cicatrizar. O coração... bom, esse já tá acostumando.
*Texto originalmente escrito em 14/06/10.
aff...eu tava procurando coisa real ...disgraça...to machucado e a poha n quer curar ...
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