domingo, 20 de junho de 2010

Planejamento (parte 2) – A vida real


As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois, o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem...


Como continuidade de um post anterior, volto a falar do planejamento. Ahh, o planejamento...

Regra principal: Não há planejamento, ou não deve haver, pelo menos.

O fato de tu planejares algo, não importa se é em relação ao jantar de hoje à noite ou à necessidade de limpar a gaiola do teu periquito (sem conotações!), já te cria uma expectativa a ponto de te deixar muito frustrado no caso algo de sair errado e o planejado não se efetivar de fato. Expectativas são boas quando atendidas. Quando são seguidas de decepções, bom, aí o mundo vem a baixo... Pra evitar contratempos, não pode haver planejamento nesse sentido.

Num relacionamento, tu sempre entra com certa cautela. Fé cega e pé atrás, como diria HG. Mas a expectativa sempre surge, independente de tudo.

Tu nunca planejas que vai acabar. Se tu planejas isso, é sinal que já acabou mas tu ainda não chegou a essa constatação. E se tu der o ponta-pé inicial pensando em como será o apito final, então é melhor deixar a bola de lado e ir pra casa ver um filme e comer pipoca sozinho. Mas eu entendo, as pessoas que pensam assim normalmente acabaram de se decepcionar.

Assim como não se planeja o amor, não deve se planejar a decepção. Isso é loucura! Ter uma música guardada na manga do casaco pra ouvir quando estiver triste é coisa de quem não acredita que pode ser feliz! E não venha me falar em prevenção...

Qual é o nexo existente entre uma decepção anterior e a possível futura decepção? Nenhum! Não é porque tu te machucaste ao cair de bicicleta que tu vais parar de andar de bicicleta, ou que toda vez que tu andar de bicicleta vais te machucar. Isso não faz sentido! Não é porque tu jogaste uma moeda duas vezes e, por coincidência, os resultados foram iguais que essa moeda tem dois lados iguais! Duas, três, quatro vezes. Isso não significa nada. Tudo é probabilidade. E, segundo a matemática, ela continua sendo de 50%.

Tá, eu sei que se tratando de relacionamentos, probabilidade nunca é exata, muito menos confiável. Mas eu quero acreditar que é.

Não planeje. Se jogue de cabeça, ou então deixe o coração na geladeira. Mas saiba que a segunda opção não é muito indicada. A angústia de não ter quem se deseja só não é pior que a de não ter alguém em especial pra desejar.

Ame, se decepcione, corra atrás! O arrependimento de não ter feito é imensamente maior do que o de ter feito, mesmo que errado ou com a pessoa errada.

Viva! Não pense no amanhã, não deixe nada pra depois. Não deixe a vida passar. Aproveite teu tempo. Semana que vem pode nem chegar...

É isso. Valeu!

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